Universidade de Évora – 12, 13 e 14 de Outubro de 2022

O VIII Congresso Internacional da Associação Portuguesa de Literatura Comparada, “Olhares Cruzados: Representações das Epidemias nas Artes. Da Catástrofe à Resiliência”, organizado pela Universidade de Évora e pela Universidade da Madeira, pretende contemplar os interesses de investigação fundamentalmente centrados na temática das diferentes epidemias como a peste negra, a gripe espanhola, a cólera e a sida, e o modo como têm sido concebidas enquanto catástrofes que provocaram alterações profundas nos modos de existência e nas formas de relacionamento humano.

A pandemia da Covid-19 inscreve-se na perspectiva de uma crise global, que surpreendeu o Homem sem defesas e estilhaçou a sua visão do mundo, causando traumas, medos e estados de angústia, e provocando rupturas inesperadas na cultura e na economia, entre outras áreas. Ao longo dos tempos, as diversas artes (cinema, dança, fotografia, literatura, pintura, arte digital) têm tido a capacidade de confrontar o homem com a estranheza provocada por distintas epidemias, permitindo às diferentes linguagens explorar o valor alegórico do caos, denunciar as disfuncionalidades das sociedades, questionar o valor da Humanidade. A epidemia é uma experiência-limite de incerteza e de imprevisibilidade que interroga a relação do homem com a sua finitude.

Neste encontro comparatista, procura-se explorar como, por exemplo, as artes visuais, a literatura, a dança e a música formulam um aviso que potencia “o ensino da catástrofe” (2002: 73), segundo a expressão de Peter Sloterdijk: é possível aprender no meio dos destroços e (re)criar num contexto de adversidade.

Neste contexto de indagação sobre o caos e a crise causado pelas pandemias, assumindo uma perspectiva comparatista, convidamos a comunidade académica a reflectir sobre as várias configurações das epidemias desde a Antiguidade até aos nossos dias a partir dos seguintes eixos temáticos:

  • Representações e releituras das diversas epidemias;
  • Epidemia, catástrofe e trauma;
  • Epidemia como alegoria da sociedade;
  • Epidemia e declínio moral;
  • Epidemia e ruptura dos discursos instituídos;
  • Epidemia e representações apocalípticas;
  • Epidemia e testemunho;
  • Pandemia, filosofia e sociedade de controle;
  • Epidemia e distopia;
  • Epidemia e novas utopias pós-pandemia;
  • O confinamento como motor de criatividade;
  • Epidemia e resiliência;
  • Epidemia e arte digital.